Despedida Allan Taxista

  Recife, 20 de novembro de 2011. Allan Ribeiro, conhecido como Allan Taxista, que começou sua carreira no futebol aos 28 anos, recebe um cruzamento perfeito e balança as redes do Arruda, calando os quase 60 mil torcedores do Santa Cruz. O gol, que sagrou o Tupi Campeão Brasileiro em 2011, alçou Allan ao Hall da Fama do futebol juiz-forano. Allan foi do céu ao inferno quando em 2014 uma lesão o tirou dos gramados.
  Aposentado da carreira de atleta fundou o Esporte Clube Villa Real, com o intuito de valorizar e oportunizar jogadores e profissionais de Juiz de Fora e região. Mal sabia ele que teria a oportunidade de se despedir das quatro linhas que tanto o fez feliz, vestindo justamente a camisa do clube que criou. Oito anos o separaram desse momento e quando chegou o dia da despedida, mais precisamente em 30/04/2022, a partida mais parecia um roteiro de filme.
  Último jogo do Villa pela fase classificatória da Copa Regional Zona da Mata. Por fazer uma campanha impecável o clube já estava classificado para as quartas de final do torneio.
  Chovia o jogo inteiro, campo pesado e um Allan ansioso aguardava seu momento de entrar em campo. Usando a camisa de número 23, dia da fundação do Time do povo, foi chamado pelo técnico, Rafael Novaes, para pisar pela última vez, com chuteiras, no gramado de um campo de futebol. A torcida presente não parava de gritar seu nome. Taxista entrou em campo junto com seu filho, o lateral do Villa Matheus Moral, e jogou como se os anos não tivessem passado. A partida estava empatada em 1 a 1 e a chuva atrapalhava o desenrolar do jogo. Faltando 8 minutos para o fim da partida, a água que caía do céu deu uma trégua. Era um sinal dos Deuses do Futebol, algo extraordinário iria acontecer. 2 minutos depois, aquele Allan
de 2011, tirou o marcador e com a calma, que só os que tratam bem a bola têm, ajeitou a pelota para perna boa e a colocou no fundo da rede. O “Procopão da Avenida” explodiu! Todos aplaudiam aquele que levou muita alegria para o futebol da cidade. Os jogadores do clube que ele fundou e trabalha pesado para acontecer, o carregavam nos ombros. Ninguém acreditava no que acontecia.

  Poucos minutos depois a chuva voltou a cair. Alguém lá em cima deu uma trégua só para Allan brilhar. Fim de jogo e o adeus das quatro linhas que o sagraram ídolo na cidade. Agora Allan trabalha incansavelmente fora delas para levar o futebol juiz-forano de volta ao topo do Brasil.

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